segunda-feira, 4 de maio de 2015

Agradecendo o agradecimento


Nunca se esqueça de agradecer. Tenha sempre em mente que tudo há um retorno, como diz um ditado “nós colhemos o que plantamos”, ou seja, semeemos o amor, a gratidão, o perdão e a cooperação. Ajudemos uns aos outros, porque somos todos irmãos. O pouquinho que nós nos ajudarmos já fará uma grande diferença; não no agora, mas no depois. Preocupemo-nos com o agora. Tentemos ajudar, através da caridade, o maior número de irmãos sem olhar a quem, pois fora dela não há salvação. Tentemos fazer com que nossos atos sejam refletidos no futuro, tentando deixa-lo um pouco menos denso, pois onde há densidade não há a leveza da luz.
O não agradecer de se ter o que tem pode resultar num fechar de portas do que se quer ter num futuro, como sinal de que aquilo não nos serve, ou que estamos renegando aquilo que se tem. Por isso, devemos agradecer pelo que somos e aprender a conviver juntos tentando mudar aquilo que não queremos, não nos outros, mas em nós mesmos. É através do autoconhecimento que aprendemos a lidar com nossas imperfeições e conhecemos nossas qualidades. Não escondamos os defeitos, porque não se aprende nada com aquilo que está escondido, mostremos. Entretanto, temos de mostrar nossas qualidades, mostrando que tudo se tira proveito. Aprendamos a conviver com as imperfeições, tanto nossas quanto dos outros, pois é nos sentimentos de imperfeições que conseguimos aprender e reverter para sentimentos de harmonia, pureza e bondade.
Devemos compreender de que o aprendizado não chega ao fim, é por esse motivo que estamos sempre buscando o novo, talvez o desconhecido, aquilo que nos tira da nossa zona de conforto, para que aprendamos a lidar com as diferenças. Somos todos seres humanos e erraremos. Entretanto, à medida que tomamos consciência de nossos atos incoerentes, conseguimos a evolução através da auto-observação e também com a observação dos atos dos outros. Devemos saber separar o trigo do joio, saber discernir aquilo que nos serve do que não queremos. Quando, de fato, conseguimos aprender isso, haverá um contato maior com a verdade divina e com luz. Cada um carrega um pouco dessa verdade em si, através das experiências vividas, entretanto não devemos fazer dela uma verdade absoluta, não devemos nos cegar para as diferenças. Devemos saber ponderar cada verdade, pois aquilo que serve para um pode não servir para o outro. O contato com essas verdades, portanto, é que define o crescimento, é a nossa mola propulsora, que nos faz crescer espiritualmente e como pessoa no tempo certo de cada um.
             Agradecer não tira pedaço de ninguém. Não se fica sem os braços, não se fica sem as pernas, muito menos sem a língua. Agradeça ao levantar, agradeça ao deitar. Agradecer é uma pequena palavra de 4 sílabas que, com certeza, não machucará ninguém. Pelo contrário, só fará o bem para quem o fizer. Seja o que for que te fizerem de bem, simplesmente agradeça! E se alguém deseja o teu mal, deseja a luz, porque é na luz que redimimos nossos atos desgarrados da vontade divina.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Contando estrelas



Hoje fui contar estrelas
para ver até quantas consigo contabilizar.
Fui ver as constelações,
para um número
poder armazenar.
Mas para que números acumular,
se se pode somente observar?
Hoje fui somar
para ver até onde posso chegar.
Hoje fui ver
para ver quantas há.
Contei,
perdi-me,
recontei e
armazenei dentro do meu coração,
para que elas possam ajudar-me
a brilhar.
Hoje contei estrelas,
para ver quantas há.
Perdi-me na infinitude,
porque beleza não se pode contar.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Poema numérico







Um poema e um alívio.
Dois poemas e acalma da alma.
Três poemas e um incenso.
Quatro poemas e se embebedar.
Seis poemas e uma dança de pernas.
Sete poemas e um sono
Oito poemas e um sonho.
Nove poemas e a luz.
Dez poemas e o sonho do sono
se concretiza iluminado.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Ela me diz

(Daniel Baz dos Santos)

Ela me diz
Dou-te o céu
Como quem joga a última âncora
Num vaso de flores.

Ela me diz
Dou-te um sol
Ou qualquer outro nervo útil
em meu corpo

Ela me diz
Te amo
Porque tua boca
sabe o sabor das pétalas

Ela me diz
Recarrega-te no meu amarelo
Ri, mas sem agitar moedas nos bolsos
Não repara nas moscas
É teu primeiro voo

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Saudosa infância



Saudade da infância...
De quando eu saía na chuva
sentindo-a bater em meu rosto.
Saudade de quando eu não precisava ser gente grande.
De quando eu não tinha preocupações
senão com meus brinquedos.
Saudade de pular nas poças d'água
como elas fossem se exterminar.
Saudade dessa infância que não volta mais,
das vontades que já não tenho mais coragem ou vontade,
mas que a vontade ainda continua adormecida,
e alguma hora eu a acordarei.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Cartola mágica



Cartola preta
cor de prata.
Mexa, remexa
e tire algo que surpreenda.
Abra!
Espante-se!
Ria-se!
Veja como te envolve.
Veja como te alegra.
Cartola preta
cor de ouro.
Mexa, remexa
Tiraste algo que te surpreendeu.
Abriu!
Viu!
Calou-se!
Andou sorrindo rua acima
com tua surpresa na mente.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Concessionária.



Uns mais novos; outros mais velhos. Uns com motor que anda mais; outros com motor que anda um pouco menos. Uns com rodas novas; uns com rodas já gastas.

Carros novos, carros antigos, porém carros... E andam. Uns com incrementos, outros sem nada. Uns com lataria intacta, outros com a lataria mascarada com tintas e rebocos.

Há carros novos, com direção maleável, freios "abs", ar-condicionado, cheios de "fru-fru", com dispositivos "hi-tech" um pouco complicados a primeira vista de se mexer. Porém, com o tempo, as funções vão se tornando corriqueiras e a utilização vai se tornando fácil. Há carros mais antigos, mais robustos, sem esse monte de parafernália - quase "nus" - de fácil funcionamento com comandos simples e diretos, que não se precisa apertar milhões de botões para que apenas um comando seja executato.

Há carros de vitrines, feitos somente para serem admirados, sem serem tocados, em total isolamento. Há carros de exposição, feitos para serem tocados, admirados e experimentados, mas sem sair do lugar, apenas saboreados pelo seu conforto. 

Carros novos importados, carros velhos nacionais; carros novos nacionais, velhos importados. Carros, carros, carros. Todos veículos de metal, cujo fim é o mesmo para todos: o desmanche e o ferro velho!