As pernas alheias, em minha frente,
passam avulsas.
As pessoas encontram-se,
conversas coisas triviais,
raízes quadradas, Durcain, viagens...
A vida corriqueira passa rapidamente em frente
ao meu par de águias.
Congelo-me na esperança de ter
uma oportunidade de me libertar
desse ócio, dessa angústia...
As companhias se esconderam no infinito.
A única que suporta as lamúrias
de um ser paralisado pelo frio
é a fumaça noturna; faz-me companhia.
Ela me traz de volta a mim,
que já estivera perdido a um quarto de segundo atrás.
Vejo aquelas mesmas pessoas
indo ao bar da vida.
Bebem suas alegrias;
brindam às suas tristezas,
que se foram com o vento...
Bebem da doce amarga dose alcoolica de felicidade
que a vida tem a lhes oferecer.
É grátis?! Sim.
E por que não tentar também?!
Provo a alegria; tomo dois goles,
mas acho repugnante demais.
Em seguida, peço dose dupla de dor, de desespero e
de sofrimento.
Tomo tudo num gole só...
Ah, como isso me aquece a alma...
Aquelas pessoas já embriagadas e soluçantes
estão a regozijar suas alegrias,
enquanto eu continuo sóbrio,
aquecido pela trivialidade
da angústia e do desespero.
2 comentários:
Tipo... Fiquei SEM PALAVRAS! Tuas palavras são ora sutis, ora agressivas, ora doces, ora amargas, ora líricas, ora descompassadas. Enfim, emoção pura. Aquela mais bonita, aquela que é sentida pelos fortes, que mantêm a cabeça erguida, pois amanhã é um outro dia. Ainda bem! PARABÉNS!
Matheuzinho, obrigado pelo comentário, meu querido! É bom saber que sempre tem gente que lê o q eu posto!Tu sabe q podes contar sempre comigo! \o/
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