domingo, 27 de setembro de 2009

No tabuleiro de jogo...

É proposta uma brincadeira;

Um jogo simples chamado “quase”.

Nele vejo-nos como dois jogadores em um tabuleiro...

Somos eu, gato, e tu, rato.

Quando eu quase te tenho,

perco-te.

Quando eu quase te perco,

tenho-te.

Vejo-te chegando na casa seguinte, a casa dos papéis. Finalmente, alcanço-te...

Tu, agora, gato e eu rato.

Quando quase me tens,

me perdes.

Quando quase me perdes,

me tens.

Próxima casa, a casa do futuro, tu me alcanças

e ainda continuamos nesse jogo de perseguição sem previsão de terminar.

Quando quase nos temos,

perdemo-nos.

Quando quase perdemo-nos,

temo-nos.

Círculo vicioso...

Vou-me. Não de vez,
mas vou-me.
O que me viera à boca foi um gosto de saudade.

Vou-me. Não de vez,

mas vou-me.
O que me restara foi um mar de ansiedade.

Vou-me. Não de vez,

mas vou-me.
O que me consumira foi o desejo.

Vou-me. Não de vez,

mas vou-me.
O que aguardara foi a ida a ti e a volta de ti.

Vou-me. Não de vez,

mas vou-me.
O que me matara foi a vontade de ter-te sempre e que não me fora possível.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Resto...

As conversas noturnas terminadas,

Só o que restou foi o sossego.

Só o que restou foi o lembrar.

Só o que restou foi...


O acabado cigarro.

Só o que restou foi a cinza.

Só o que restou foi a vontade.

Só o que restou foi...


O velho e bom sono.

Só o que restou foi o dormir.

Só o que restou foi a solidão.

Só o que restou foi...


A vontade de ter-te,

Só o que restou foi a saudade.

Só o que restou foi o vazio.

Só o que restou foi...