domingo, 12 de maio de 2013

Pescaria de sonhos




Vou vestir minha roupa de pescaria
e vou-me para a beira do cais.
Estico meu lápis,
jogo meu anzol
iscado com palavras
e pescarei o maior sonho no lago das ideias.
Esperarei que algum fique preso,
para que dele eu possa desfrutar
o pedaço mais doce.
Enquanto o sonho grande não vêm,
insisto nos menores e fico no aguardo,
pois são mais fáceis de se pegar.
Eita!
Foi, então que percebo que a linha fica mais pesada e o lápis se entorta.
Vou dando linha,
dou espaço
para que o sonho se canse e eu o pegue.
Levo esses sonhos para casa
risco, corto, apago, limpo.
Deixo os sonhos brutos do jeito que eu quero.
Engulo pedaços macios de algodão-doce,
Esbarro-me, por vezes, nos espinhos,
mas esses eu cuspo,
porque podem machucar.
Faço isso em cada pedaço,
até o último.
Deixo um pouco de sonhos guardados
para que não se terminem tão logo
e para que eu tenha novos pedaços deles para poder desfrutar novamente
quando eu bem quiser.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Insanidade mundial





Bem-vindos ao fantástico mundo do mundo,
onde o mais certo escolhe viver acorrentado,
onde o mais rápido escolhe viver com pedras nos pés.

Bem-vindos ao fantástico mundo do mundo,
onde tudo é tudo,
onde nada é nada.

Bem-vindos ao fantástico mundo do mundo,
onde tudo é certo,
onde tudo é inconstante.

Bem-vindos ao mundo do mundo,
onde tudo é incerteza,
onde tudo e todos são loucuras e loucos.

Bem-vindos ao mundo do mundo,
onde o mundo é dos loucos
e o mundo do mundo é o sanatório.