terça-feira, 26 de abril de 2011

Entrelaçados.

Eu penso em ti.
Eu te respiro.
Eu sou teu.
Brigamos.

Tu pensas em mim.
Tu me respiras.
Tu és meu.
Brigamos.

Pensamos em nós.
Respiramo-nos.
Somos nossos.
Brigamos.

E pensamos em nós,
e somos nossos,
e nos respiramos,
e, por isso,
sempre reatamos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Almas gêmeas

Esta é mais uma história.
Não como as outras tantas,
não como as comuns.
Em outra vida, encontramo-nos.
Perdemo-nos, entretanto,
quando dissemos adeus.
Não fora bem um adeus,
mas sim um até breve,
pois voltaríamos a nos ver!
Viajamos tantas vidas para nos reencontrarmos,
viajamos tanto quilômetros para nos conhecermos,
vajamos tanto...
Nosso encontro fora estrondoso,
fora de dois corpos que, naquele momento,
juntaram-se e tornaram-se somente em um.
Enxerguei-me em ti e tu te enxergaste em mim.
Carnes, pernas, braços entrelaçados.
Confundíamos nossos corpos,
Não sei se eram minhas pernas, se eram as tuas,
se eram os meus braços se eram os teus...
Não sei se eram minhas/tuas frases,
não sei se eram tuas/minhas palavras,
não sei se eram meus/teus gestos.
Tornamo-nos, enfim, uma só carne,
um só corpo,
uma só alma!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Adeus, erva danosa...

Deixo cair, dos meus olhos, a saudade.
Elas escorrem pelo meu rosto e caem ao chão.
Não satisfeito, piso em cima para provar a mim
Que não retornarão... Não mais.

Não posso mais me machucar com isso.
Ela tenta germinar; a começar pelos meus pés.
Engancha-se neles feito trepadeira e vai subindo...
Corto os pedaços que estão ao meu alcance,
mas não é o suficiente.
Ela sobe mais um pouco...
E mais um pouco...
E mais um pouco...
Chega, enfim, ao coração.
Mexo-me, corto e podo...
A saudade me deixa livre por uns tempos.

Podo tudo que ainda restara
com uma ânsia de sair de onde estava,
com uma ânsia de não mais me prender àquilo que não me fazia bem...
Puxo meus pés para o alto e sigo passo por passo
até que me liberte totalmente daquela semente danosa.