terça-feira, 14 de setembro de 2010

A dor, a angústia e eu...

As pernas alheias, em minha frente,
passam avulsas.
As pessoas encontram-se,
conversas coisas triviais,
raízes quadradas, Durcain, viagens...
A vida corriqueira passa rapidamente em frente
ao meu par de águias.

Congelo-me na esperança de ter
uma oportunidade de me libertar
desse ócio, dessa angústia...

As companhias se esconderam no infinito.
A única que suporta as lamúrias
de um ser paralisado pelo frio
é a fumaça noturna; faz-me companhia.
Ela me traz de volta a mim,
que já estivera perdido a um quarto de segundo atrás.


Vejo aquelas mesmas pessoas
indo ao bar da vida.
Bebem suas alegrias;
brindam às suas tristezas,
que se foram com o vento...
Bebem da doce amarga dose alcoolica de felicidade
que a vida tem a lhes oferecer.
É grátis?! Sim.
E por que não tentar também?!
Provo a alegria; tomo dois goles,
mas acho repugnante demais.
Em seguida, peço dose dupla de dor, de desespero e
de sofrimento.
Tomo tudo num gole só...

Ah, como isso me aquece a alma...
Aquelas pessoas já embriagadas e soluçantes
estão a regozijar suas alegrias,
enquanto eu continuo sóbrio,
aquecido pela trivialidade
da angústia e do desespero.

2 comentários:

Matheus Bandeira de Carvalho disse...

Tipo... Fiquei SEM PALAVRAS! Tuas palavras são ora sutis, ora agressivas, ora doces, ora amargas, ora líricas, ora descompassadas. Enfim, emoção pura. Aquela mais bonita, aquela que é sentida pelos fortes, que mantêm a cabeça erguida, pois amanhã é um outro dia. Ainda bem! PARABÉNS!

Leo M. disse...

Matheuzinho, obrigado pelo comentário, meu querido! É bom saber que sempre tem gente que lê o q eu posto!Tu sabe q podes contar sempre comigo! \o/