domingo, 12 de maio de 2013

Pescaria de sonhos




Vou vestir minha roupa de pescaria
e vou-me para a beira do cais.
Estico meu lápis,
jogo meu anzol
iscado com palavras
e pescarei o maior sonho no lago das ideias.
Esperarei que algum fique preso,
para que dele eu possa desfrutar
o pedaço mais doce.
Enquanto o sonho grande não vêm,
insisto nos menores e fico no aguardo,
pois são mais fáceis de se pegar.
Eita!
Foi, então que percebo que a linha fica mais pesada e o lápis se entorta.
Vou dando linha,
dou espaço
para que o sonho se canse e eu o pegue.
Levo esses sonhos para casa
risco, corto, apago, limpo.
Deixo os sonhos brutos do jeito que eu quero.
Engulo pedaços macios de algodão-doce,
Esbarro-me, por vezes, nos espinhos,
mas esses eu cuspo,
porque podem machucar.
Faço isso em cada pedaço,
até o último.
Deixo um pouco de sonhos guardados
para que não se terminem tão logo
e para que eu tenha novos pedaços deles para poder desfrutar novamente
quando eu bem quiser.

2 comentários:

Matheus Bandeira de Carvalho disse...

Aquele momento em que ficar sozinho por algum período, mesmo que curto, de tempo faz um bem danado para alimentarmo-nos dos nossos sonhos ainda existentes e insistentes, que estão dentro de nós, guardados, salvos da escuridão.

Olha a leveza e pureza do poema. Olha a delicadeza exposta. Uma leitura agradável, suave, que pede mais e mais e mais. Mais sonhos, mais coisas boas, mais coloridos, mais primaveras nos corações, enfim.

Parabéns, meu amigo!

Leo M. disse...

Eu fico com a pureza e a resposta das crianças
é a vida,
e é bonita
e é bonita.
Crianças não medem palavras para expressar o que pensam, o que sentem e o que querem. É assim que me senti na hora, como uma criança que estava se expressando através da escrita, quando publiquei esse texto. Porque as crianças são cheias de planos enquanto ainda pequeno, mas que devem sempre tentar alcançar os sonhos quando grandes. Esse sou eu. :)